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Biblioteca da Andreia

Este espaço é dedicado a todas as coisas que gosto, que me inspiram e me fazem bem. Chama-se biblioteca porque é como uma estante onde posso colocar as minhas paixões, ideias e pensamentos. Escrever é libertador!

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30.05.23

Opinião: ''Daisy Jones & The Six'' Taylor Jenkins Reid


Andreia Machado

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Vamos então falar do primeiro livro que li da Taylor Jenkins Reid, o famoso Daisy Jones & The Six que, entretanto, foi até adaptado a minissérie.

Começo por dizer que para mim é completamente ''mind-blowing'' quando um autor junta música à sua história, portanto livros com playlists são quase sempre favoritos por aqui, bem como romances ficcionais ou baseados em factos reais sobre bandas ou artistas são muito apreciados, isto tudo para dizer, que a par da literatura tenho uma enorme paixão por música. 

 

Portanto este livro tem tudo para ser um favorito, uma ''entrevista'' documental a uma banda para perceber o que levou à sua ruptura repentina no auge da fama, quando eram uma das bandas mais adoradas e requisitadas do momento, com um álbum completamente mágico, uma obra-prima!

Uma premissa perfeita!

 

Inicialmente contudo, estranhei a forma como a Taylor escreveu, porque é exactamente uma entrevista! Não estou habituada mas foi como o ditado: ''estranha-se mas depois entranha-se'' e após entrar no ritmo foi ler sem parar.

 

A entrevistadora que desconhecemos quem seja até bem perto do fim, vai falando com todos os membros da banda e cada um vai-nos contando a sua versão dos acontecimentos, desde que tudo começou com os irmãos Dunne, até ao grandioso sucesso passando pelo momento em que o furacão Daisy se junta à banda e por fim a decisão de cada um seguir o seu caminho quando menos se esperava.

 

Temos obviamente muito sexo, drogas e Rock & Roll como seria espectável, toda a loucura selvagem de Los Angeles dos 70's está perfeitamente descrita.

Taylor consegue fazer-nos sentir todo o ambiente que envolvia o mundo do espétaculo. Desde a composição das músicas, até ao alinhamento de um álbum, as gravações em estúdio e depois os concertos ao vivo. Sentimos como se fosse real, como se tivesse acontecido efectivamente. É nostálgico! 

E isto tudo sobre uma banda que nunca existiu! 

Acreditam que fui ao Google pesquisar, logo no ínicio da leitura, sobre a banda?! Apenas para descobrir que, sim, é tudo ficção! 

Acho uma uma capacidade de contar histórias deveras brilhante, para nos fazer acreditar e sentir que estamos a ler acontecimentos reais.

Sei que alguns factos são inspirados nos Fleetwook Mac mas ainda assim, não desvaloriza em nada a criatividade da autora.

 

A Daisy é linda e louca, dura, aparentemente forte mas extremamente frágil, com uma mente brilhante e uma capacidade incrível de conquistar o mundo, mas apesar de aparentemente ter tudo, está sozinha, sempre esteve e nunca soube lidar com a solidão, procurando atenção e afecto em homens muito pouco recomendáveis. 

"Eu não tinha interesse nenhum em ser musa de alguém. 

Não sou uma musa.

Sou esse alguém.

Ponto final."

 

Billy, o cabeça da banda, vocalista e compositor é carismático e misterioso (uma estrela de Rock), encontra o amor cedo em Camila que é a inspiração para tudo e esteve sempre ali a impedir que ele caísse, pois também ele teve momentos em que se perdeu, ainda assim, nunca esteve tão desorientado como Daisy.

Apesar de terem um relação tempestuosa desde o inicio, que pode ir do amor ao ódio muito rapidamente, Billy e Daisy vão criar uma simbiose perfeita a nível criativo e escrever um álbum lendário que depois vão cantar ao vivo de uma forma única levando os fãs à loucura! O famoso ''Aurora''.

"Em 1978, podias viver qualquer momento ao som de Aurora. E desde o primeiro instante em que foi lançado, tornou-se uma força imparável e demolidora."

 

Através dos vários depoimentos descobri e fiquei fascinada pela teia de relações e conflitos entre os vários personagens e  completamente envolvida pelas personalidades dos membros da banda, especialmente as femininas.

Posso dizer-vos que há uma mensagem de empoderamento feminino e sororidade de mulheres que apoiam outras mulheres acima de tudo, que é tão importante e tão atual!

"(...) o mundo pode ser um lugar escuro, mas somos duas estrelas a brilhar ao mesmo tempo. Não estamos sozinhas."

"Quando ouvi chamar o meu nome, ela agarrou na minha mãe e nunca mais a largou.''

 

Gostei tanto deste livro, da Daisy em especial, adoro personagens loucas, diferentes, com personalidades fortes e reais!

 

Adorei todo o detalhe com que a autora descreveu a história! O pormenor de no fim ter colocado as letras das músicas é maravilhoso.

E se gostam de plots inesperados, também há disso neste livro! 😏

Vou certamente recordar-me da Daisy Jones por muito tempo!

 

Vou só partilhar mais um pormenor, apesar de já existir uma série, na minha cabeça sempre imaginei a Daisy Jones igual à Florence Welch dos Florence + The Machine! 😉

E há uma música em especial que gostava de dedicar à Daisy, porque me apeteceu abana-la várias vezes, a Shake it Out !

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"Gostava que alguém me tivesse dito que o amor não é tortura. Pensava que o amor devia rasgar-te ao meio e deixar-te de coração partido, ou pôr-te de cabeça perdida, mas da pior maneira. Pensava que o amor era sangue e lágrimas. Não sabia que devia deixar-te a flutuar, em vez de esmagada. (...) Para mim, o amor era guerra... não me passava pela cabeça que pudesse ser paz."

 

Editora: Top Seller